Em 1983, a Editora Brasiliense publicou, na Coleção Primeiros Passos, “O que é semiótica” de Lúcia Santaella. A seqüência xerográfica “Memorial de Areias – III”, que ilustra a obra, e a capa são de Ettore Bottini.
Em 1993, defendeu tese como livre-docente na ECA – USP, sobre o tema Metodologia Semiótica – Fundamentos.
Pesquisadora incansável, Santaella busca compartilhar a riqueza do fruto de suas investigações. Dá-nos subsídios para que trilhemos o próprio caminho nesse campo do saber ainda tão novo para muitos de nós, a Semiótica.
Expressões – chave:
Linguagem / Signo.
Diálogo com a tradição.
Dinamismo / Interdependência.
Factualidade.
Cosmologia Evolutiva.
Lógica / Semiótica.
Diálogo com a tradição.
Dinamismo / Interdependência.
Factualidade.
Cosmologia Evolutiva.
Lógica / Semiótica.
Resumo:
Entre a sede de conhecimento e a avalanche de informações de nossa época, percebemos o impasse em que se encontra o homem. Dois caminhos apresentam-se: a alienação ou uma nova abordagem para estruturar o conhecimento.
Entre a sede de conhecimento e a avalanche de informações de nossa época, percebemos o impasse em que se encontra o homem. Dois caminhos apresentam-se: a alienação ou uma nova abordagem para estruturar o conhecimento.
Essa abordagem é a semiótica, que não analisa a substância do objeto, mas sim as características universalmente identificadas, de acordo com Charles Sanders Peirce.
Tais características seriam a Primeiridade ou impressão original; a Secundidade ou reação e relação factual e Terceiridade, quando ocorre o pensamento em signos e a tendência a assumir hábitos.
Partindo do entendimento dessas três categorias, há uma outra tricotomia, muito divulgada e minunciosamente estudada por Peirce e Santaella. São elas: o quali-signo, o sin-signo e o legi-signo. E, quando relacionados ao objeto, temos o ícone, o índice e o símbolo.
O livro O que é semiótica busca veicular os conceitos básicos para a compreensão dessa teoria lógica, filosófica e científica da linguagem, a semiótica. Ao terminar essa leitura, já não analisamos nossas experiências estéticas com a ingenuidade e o descomprometimento anteriores e, percebemos de forma clara, que foi apenas um primeiro passo.
Factualidade:
Santaella, diante do crescimento contínuo do universo do conhecimento e com a perplexidade do homem em seu desejo de compreensão, luta pela qualificação das linguagens não verbais, seu dinamismo e interdependência.
Santaella afronta o subgrupo oficial, ao lançar ferramentas que tornem operacionais suas idéias e as de Charles Peirce. Ambos lutam para que o conhecimento não seja monopólio de grupos, classes ou nações.
O objetivo maior de Peirce foi a criação de uma teoria dos signos que promovesse a compreensão de todas as ciências, tornando assim o conhecimento como acervo da espécie humana, algo possível.
Mesmo rompendo com tantos aspectos como a estaticidade, a noção de terminalidade, de suficiência, de particularidade, Santaella não abandona a tradição. Ao contrário, é a partir do estudo do signo desde Platão, que Peirce observa fenômenos, analisa e postula suas categorias semióticas.
Mesmo rompendo com tantos aspectos como a estaticidade, a noção de terminalidade, de suficiência, de particularidade, Santaella não abandona a tradição. Ao contrário, é a partir do estudo do signo desde Platão, que Peirce observa fenômenos, analisa e postula suas categorias semióticas.
Da mesma forma, Santaella reverencia a memória coletiva, de suma importância para seu processo de investigação, totalmente embasado na fenomenologia. Essa valoração das experiências do passado lembra-nos Dali: “Tudo aquilo que não brota da tradição é plágio”.
SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica?. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1984, 115 p. (Col. Primeiros Passos)
Véra Regina de Oliveira
Brasília (DF), 16/10/1996.
Para aqueles que buscam conhecer mais sobre a teoria dos signos, sugerimos algumas publicações:
SANTAELLA, Lúcia. Estética de Platão a Peirce. São Paulo: Experimento, 1994.
NÖTH, Winfried. Panorama da semiótica: de Platão a Peirce. São Paulo: Annablume, 1995.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972.
ECO, Umberto. Tratado geral de semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1991.
PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2001.
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