Seguranças do campus retiraram o rapaz de cena por considerar o ato obsceno
Adriana Maria | adriana.fernandes@diario.com.br
Um estudante de Artes Cênicas foi detido no início da tarde desta quarta-feira após fazer uma performance nu em frente ao restaurante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
Os seguranças do Campus retiraram Roberto Chaves de cena por considerar o ato obsceno e o levaram para a 5ª DP, no bairro Trindade. Ele vai responder a um termo circunstanciado e deve comparecer à audiência do juizado especial criminal no dia 11 de outubro.
Depois de cerca de quatro horas, ao som da escaleta e o burburinho dos colegas que esperavam em frente à delegacia, o estudante foi liberado, desta vez vestido, com uma bandeira do Brasil nas costas.
Tranquilo, o estudante disse que não houve agressão física por parte dos seguranças, mas teve violência verbal. Segundo ele, o centro da peça não era a nudez, mas a discussão da noção de brasilidade, uma referência à antropofagia oswaldiana (movimento modernista da década de 1920 que propôs a 'descolonização' da cultura brasileira).
— O nu é milenar, é natural. É preciso rever a constituição e discutir um projeto de lei para que as pessoas possam se expressar-se livremente — completa.
A encenação faz parte da programação da Semana Ousada de Arte, uma parceria da UFSC e Universidade do Estado de Santa Catarina( UDESC).
Liberdade de expressão
A ideia também é defendida por Maria de Lourdes Borges, Secretaria de cultura e Arte da UFSC e coordenadora da Semana Ousada de Arte:
— A nudez é absolutamente natural na vida e na arte, mas continua um grande tabu. A performance tinha proposta de ser provocativa, mas foi considera excessiva. Levar o estudante para a delegacia foi uma ação equivocada, que fere a liberdade de expressão. Eles não poderiam ter tomado esta atitude sem acionar a coordenação do curso —afirma.
Para o professor de performance Rodrigo Garcez, os seguranças e a universidade não estavam preparados para a ousadia, mesmo tendo duas disciplinas de performance na grade curricular.
Mesmo a contragosto, até os seguranças fizeram parte da intervenção artística, ao receberam flores quando abordaram o estudante. Após receber uma ligação avisando que havia "uma pessoa circulando sem roupa", eles foram até o local e pediram para o rapaz se vestir. Ele teria se enrolado em uma bandeira do Brasil, mas poucos minutos depois, ficou pelado novamente.
— Não sabíamos do conteúdo da peça. Se a universidade tivesse informado que teria algum tipo de contravenção, teríamos proibido a ação. Os professores não deveriam deixar seus alunos expostos ao ridículo. Todos devem saber o que está na constituição e respeitá-la — finalizou Douglas Dilli, chefe de segurança da UFSC.
Os seguranças do Campus retiraram Roberto Chaves de cena por considerar o ato obsceno e o levaram para a 5ª DP, no bairro Trindade. Ele vai responder a um termo circunstanciado e deve comparecer à audiência do juizado especial criminal no dia 11 de outubro.
Depois de cerca de quatro horas, ao som da escaleta e o burburinho dos colegas que esperavam em frente à delegacia, o estudante foi liberado, desta vez vestido, com uma bandeira do Brasil nas costas.
Tranquilo, o estudante disse que não houve agressão física por parte dos seguranças, mas teve violência verbal. Segundo ele, o centro da peça não era a nudez, mas a discussão da noção de brasilidade, uma referência à antropofagia oswaldiana (movimento modernista da década de 1920 que propôs a 'descolonização' da cultura brasileira).
— O nu é milenar, é natural. É preciso rever a constituição e discutir um projeto de lei para que as pessoas possam se expressar-se livremente — completa.
A encenação faz parte da programação da Semana Ousada de Arte, uma parceria da UFSC e Universidade do Estado de Santa Catarina( UDESC).
Liberdade de expressão
A ideia também é defendida por Maria de Lourdes Borges, Secretaria de cultura e Arte da UFSC e coordenadora da Semana Ousada de Arte:
— A nudez é absolutamente natural na vida e na arte, mas continua um grande tabu. A performance tinha proposta de ser provocativa, mas foi considera excessiva. Levar o estudante para a delegacia foi uma ação equivocada, que fere a liberdade de expressão. Eles não poderiam ter tomado esta atitude sem acionar a coordenação do curso —afirma.
Para o professor de performance Rodrigo Garcez, os seguranças e a universidade não estavam preparados para a ousadia, mesmo tendo duas disciplinas de performance na grade curricular.
Mesmo a contragosto, até os seguranças fizeram parte da intervenção artística, ao receberam flores quando abordaram o estudante. Após receber uma ligação avisando que havia "uma pessoa circulando sem roupa", eles foram até o local e pediram para o rapaz se vestir. Ele teria se enrolado em uma bandeira do Brasil, mas poucos minutos depois, ficou pelado novamente.
— Não sabíamos do conteúdo da peça. Se a universidade tivesse informado que teria algum tipo de contravenção, teríamos proibido a ação. Os professores não deveriam deixar seus alunos expostos ao ridículo. Todos devem saber o que está na constituição e respeitá-la — finalizou Douglas Dilli, chefe de segurança da UFSC.
fonte: JORNAL DE SANTA CATARINA...
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