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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A web fragmentada - Marcello Póvoa

A web fragmentada

09 de outubro de 2008, 15:25

Surge uma web descentralizada - e com um gigantesco poder de influência.

Por Marcello Póvoa

A web comercial tem pouco mais de dez anos e está apenas começando a delinear sua forma e dinâmica. A curva de evolução da web definitivamente não é uniforme, passando por momentos de estabilidade até instâncias radicais de ruptura conceitual e/ou tecnológica – e é exatamente nestas fases que costumam acontecer os grandes sucessos e, por conseqüência, a obsolecência de modelos vigentes.

Esta metamorfose na web continua a todo vapor, e estamos em uma fase que possivelmente vai gerar mudanças radicais de paradigmas. Até há relativamente pouco tempo, a internet era baseada em um modelo bastante linear, tanto do ponto de vista de serviços como de tecnologia.

Grandes portais competiam pela centralização da audiência em um modelo que, de certa forma, lembrava as midias “tradicionais” offline. Conteúdo e serviços cresceram em variedade e qualidade, sempre procurando a concentração da audiência sob um brand específico, procurando capitalizar fundamentalmente em publicidade e assinaturas. O usuário tinha pouco poder de interferência, agindo de modo receptivo às maravilhas deste novo — e na maioria das vezes gratuito — universo. Do ponto de vista tecnológico, a rede internet também começou numa estrutura bastante linear, num modelo direto baseado no caminho servidor/cliente.

O usuário é ambicioso
O DNA da internet tem em sua natureza intrínseca a proliferação da interatividade na informação. E é exatamente este o caminho pelo qual a web tem crescido e modificado sua estrutura. A evolução dos serviços e respectivos aplicativos tem permitido uma troca cada vez mais intensa de informação entre usuários e sistemas, e mesmo diretamente entre os próprios sistemas, sem o envolvimento do ser humano. Ao mesmo tempo, os usuários querem cada vez mais aumentar seu poder de interatividade, estimulados pelas próprias inovações apresentadas pelos serviços e produtos online.

Formou-se assim um poderoso círculo virtuoso que resultou no nascimento de uma infinidade de marcas, redes sociais, bancos de dados, aplicativos, serviços, conteúdos e afins. Os usuários desejam cada vez mais avidamente plataformas e marcas que lhes permitam trafegar, interagir e mesmo interferir na web. Mais de 25% dos resultados de pesquisa do Google referentes aos 20 maiores brands do mundo são links para conteúdo gerado por usuários – não pelas empresas (fonte: Nielsen Buzz Metrics).

O resultado desta fragmentação é uma web muito mais rica, porém muitíssimo mais complexa. É importante notar que há um equilíbrio delicado entre as ações para os usuários que apenas recebem passivamente os conteúdos, e as ações em que os usuários têm participação ativa na interação com a informação. Um modelo não necessariamente vai matar o outro, mas sim formar uma relação de simbiose. Um dos principais desafios das empresas com presença na web está justamente em entender a linha fina da integração deste “ecossistema” virtual.

Por exemplo, usuários querem ler noticias editorialmente selecionadas por um grande jornal, mas também fatalmente opinam e interagem com inúmeros grupos de interesse e mesmo formam publicações paralelas com seus próprios conteúdos. Em um outro exemplo, consumidores tem, como sempre tiveram, interesse em conhecer e comprar novos serviços ou produtos oferecidos por empresas. Mas ao mesmo tempo proliferaram a percepção destes produtos e serviços em uma multiplicidade de interações fragmentadas na rede que podem exaltar e construir um brand – ou atacá-lo de forma literalmente virulenta.

A tecnologia propulsiona o modelo da rede
Do lado da tecnologia, o DNA da internet também propulsiona a interatividade na informação. Surgem cada vez mais novos desenvolvimentos para integração de dados, onde serviços e conteúdos se adaptam apesar de suas diferentes origens e formatos – são aplicativos web conhecidos como data mashups. Ao mesmo tempo, o modelo linear de servidor/cliente começa a evoluir para o tão falado cloud computing, onde ocorre o armazenamento e distribuição de dados e força computacional a partir de uma nova geração de infra-estrutura para “data centers”. Apesar da definição de “cloud computing” ser ainda um pouco polêmica, o fato é que o modelo físico da rede está mudando.

O caminho estratégico das empresas
Observa-se assim que tanto o modelo comportamental dos usuários como o da tecnologia tende a perder a noção de um único núcleo centralizado, convivendo com uma série de novas formas de fragmentação. Para adicionar mais uma bela pitada de complexidade, depois de anos de promessas teóricas, a plataforma PC ao que parece finalmente começa a dividir as atenções dos usuários com o celular, a TV e os consoles de jogos.

Toda esta fragmentação e distribuição multi-plataforma da web geram para os usuários uma grande e desejada liberdade de interação com seus dados pessoais e comunidades. No entanto, este universo descentralizado faz com que os usuários naturalmente demandem soluções de integração – afinal ninguém quer ver sua experiência na web se tornar um caos esquizofrênico de complexidade. Tempo e eficiência funcional são valores cada vez mais almejados por usuários. O nível de tolerância ao erro e lentidão na internet é muito mais baixo hoje do que há dez anos atrás.

O entendimento desta fronteira entre liberdade e valorização dos benefícios pelo consumidor é o cerne do desafio estratégico para corporações com presença na web – presença que, aliás, é praticamente uma unanimidade nos mais diversos segmentos da indústria: Mídia, Telecom, Varejo, Financeiro etc.

O caminho para esta estratégia corporativa integrada do mundo offline com o online pode começar com a simples aceitação da realidade que estamos entrando em um novo modelo, e que estratégias tradicionais de comunicação e operação podem não ser tão eficazes a médio prazo. Trata-se muitas vezes de uma difícil quebra de tradições dentro de um cultura organizacional. A experimentação e o investimento no canal web deve ser parte do modus operandi da empresa, e não uma iniciativa isolada.

No mais, ferramentas e processos de mensuração são um caminho eficiente para compreender a proliferação da informação na web e suas redes sociais. O mapeamento destas métricas deve ser uma tremenda vantagem competitiva para gerar retornos tanto em brand equity, como em audiência e receitas diretas. Existem novas ferramentas surgindo para esta tarefa, que, no fim das contas, é um trabalho de inteligência de marketing integrado.

Existe um furação de novas forças se formando na web, e é fator crítico de sucesso acompanhar e entender a dinâmica desse sistema para a empresa alcançar algum poder de previsibilidade e capitalizar em cima disso — ou deixar o tempo passar e arcar com as conseqüências da inércia. [Webinsider]

Sobre o autor

Marcello Póvoa (mpovoa@mppsolutions.com) é sócio-diretor da MPP Solutions.

Você dá estratégia e o cliente quer um hotsitezinho - por Carlos Cavalcanti Filho

Você dá estratégia e o cliente quer um hotsitezinho

22 de outubro de 2008, 19:34

A empresa chama a agência para uma concorrência, que chama de reposicionamento web para a marca. A agência vai, se apresenta, convence e ganha. Quando tudo vai começar, chega o marqueteiro e diz que um hotsitezinho resolve.

Por Carlos Cavalcanti Filho

O assunto é convergência das mídias. Polêmico. Será que a internet vai ocupar realmente o espaço dos jornais? Quando a TV digital vai se tornar digital de fato? Será que existe um ponto demarcável no tempo para esta “evolução”?

Embora alguns números realmente nos conduzam ao raciocínio básico do caos das mídias convencionais, nada podemos afirmar, pelo menos por enquanto. 

Mas falar sobre isso é simplesmente dissimular um estágio anterior a esta evolução, que, a meu ver, está demasiadamente verde. Falo sobre a convergência efetiva e definitiva dos negócios na web.
 
Depois de quase 40 anos de www, as empresas ainda não sabem como se posicionar - e muitas parecem até ter raiva de quem sabe. Indústrias seculares surgem como catálogos eletrônicos, quase que folheáveis. Desprezam o diálogo com seus públicos, as novas tendências da web, a performance de suas ferramentas e contratam agências que se limitam a e-x-e-c-u-t-a-r.

Estas, algumas vezes, até se dispõem a pensar. Mas depois de um fatídico processo de três semanas de planejamento, já vencidos pelo cansaço, simplesmente dizem ao cliente: “Já sei como resolver esta situação. Esqueçam tudo e vamos fazer um hotsitezinho”.

Outra situação no mínimo curiosa. A empresa chama a agência para uma concorrência de “reposicionamento web” para sua marca. A agência vai, se apresenta, conta um pouquinho como se faz, convence e ganha. Depois que tuuuudo está pronto para começar, chega o marqueteiro e diz: “Taqui o que a gente realmente precisa: um hotsitezinho”.

Daí eu me pergunto: quem é esse tal de hotsitezinho? Quem esse camarada pensa que é?! Para que compreender quem é o seu público? Chame o hotsitezinho. Long tail, palavras relevantes, tags, web analytics pra quê? O hotsitezinho garante isso e muito mais!

Será? [Webinsider]

.

Sobre o autor

Carlos Cavalcanti Filho (carlos.cavalcanti@cdn.com.br) é coordenador de Negócios da CDN Interativa.

Viva o design todos os dias de sua vida!!

žDevore filosofia (base)
žDevore sociologia (base)
žDevore história (base)
žLeia imagens
žFolheie livros de fotos
žLeia livros (não compre todos, mas leia todos os possíveis)
žObserve o movimento nas ruas das cidades
žEscale montanhas, fuja para o mato, anote suas idéias
žViaje tanto quanto possível (está sem grana? Conhece carona? Muito prazer!)
žAssista muitos filmes – mensalmente
žAssista televisão – com olhar crítico
žOuça músicas
žAnote suas idéias
žSinta a vida nas coisas ‘simples’ e ‘insignificantes’
žTenha fé!
žEscreva blogs
žParticipe da web (comunidades virtuais, redes sociais)
žO dia é hoje, a hora é agora! Amanhã está muito longe e ontem já foi embora

Me conte como tem sido: paulo@imagemcontemporanea.com.br
abrassssssssss,
paulo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

WebTV muda a cara da comunicação empresarial...

TV Panorama auxilia empresas a criar sua própria programação.

As facilidades de incorporar o vídeo interativo no meio empresarial são inúmeras, como treinamento à distância, multimidialidade, vídeo conferência, apresentação de produtos online, atualização contínua, entre outras. A Sintonia Comunicação Empresarial, com mais de dez anos no mercado, criou a TV Panorama para que as empresas possam criar sua própria TV na web em alta qualidade, sem distorções na imagem ou angustiantes buffers. Dividida em canais, a TV web já possui dois canais prontos para acesso: a TV Médica e a TV Corporativa.

Na TV Médica, destaque para a TV Rinologia, que divulga a campanha “Respire pelo Nariz e Viva Melhor”, iniciativa da Academia Brasileira de Rinologia que orienta e informa a população sobre a importância de respirar bem pelo nariz e como combater as doenças respiratórias. Com aulas e palestras de médicos da Academia, a TV Rinologia possui um acervo com todos os vídeos já divulgados, para que o espectador não perca nenhuma aula ou busque uma aula de maior interesse pessoal.

fonte: IP-News

É hora de planejar a migração para o IPV6...

A versão atual de IP já não comporta o crescimento do volume de domínios. a data exata para a escassez do endereço IPv4, impedindo o potencial de crescimento da rede, foi estimada para daqui 24 meses, em 2010, sendo que seu esgotamento deve vir logo depois disso.

Discussões envolvendo o IPv6 foram debatidas durante toda esta década, começando com as questões de quando e porque implementá-lo. O problema com o espaço de endereço da rede na Internet foi se aproximando em silêncio para organizações que planejam o crescimento de suas redes. Sempre houve um horizonte, ainda que distante.

Aplicações e comunicações comuns conectadas na rede não exigem IPv6. As redes têm sido altamente estáveis com o IPv4, assim como suas alocações de espaço para os endereços. Porém, o IPv4 oferece um teto exato de 4,3 bilhões de endereços. Cada dispositivo conectado à Internet exige um único endereço. Por pura sorte é que, através de conquistas táticas, como translação do endereço NAT, aumentou-se a vida do IPv4.

Mas como Bob Dylan uma vez cantou, "The times, they are a-changing" (os tempos estão mudando), e a data exata para a escassez do endereço IPv4, impedindo o potencial de crescimento da rede, foi estimada para daqui 24 meses, em 2010, sendo que seu esgotamento deve vir logo depois disso.

Pensando em termos de meses, não anos, muda o jogo para os que projetam TI. O IPv6 oferece endereços sem limite, em trilhões, entre outros benefícios, como simplificar redes com auto-configuração de dispositivos móveis.

Acalmando Receios

Há algumas questões para se ter em mente durante o planejamento para IPv6. Primeiro, não há um case único de adoção de IPv6 que possa ser aplicado em todas as organizações, e isso deve variar muito. No entanto, uma constante é que o melhor caminho para o progresso está em adquirir a última inteligência e planejar de forma ampla.

Novas tecnologias sempre trazem dúvidas e medos. Desde 2000, houve quatro objeções primárias sobre o IPv6, sempre com algum exagero: Equipamentos de rede, switches e dispositivos ainda não davam o devido suporte a ele; o IPv6 exigia muitos "inchaços e contusões" para ser instalado; o IPv6 não tinha aplicações adequadas; e o IPv4 permanecia funcional com tempo e espaço de endereço IP suficientes.

Estes medos tinham mérito em algum momento, porém, estão sendo "acalmados" por comunidades de usuários e distribuidores, que vêm submetendo o novo padrão a testes dentro de ambientes acadêmicos, militares e governamentais. Esses testes focam em conformidade, interoperabilidade, funcionalidade e performance. Agora, o IPv6 já é encontrado nas principais switches Ethernet.

O IPv6 Forum, um grupo de distribuidores mundiais, ISPs, pesquisadores e institutos educacionais, tem se reunido para promover a adoção. Em paralelo, o laboratório de interoperabilidade da Universidade de New Hampshire (University of New Hampshire InterOperability Laboratory UNH-IOL) vem conduzindo testes como o Moonv6 1 nos equipamentos dos distribuidores para garantir que eles passem com sucesso pelos dois testes de interoperabilidade e ofereçam conformidade com os testes do IPv6 Forum para receber um "IPv6 Ready" Logo2. O resultado dos testes tem demonstrado a confiabilidade e interoperabilidade das soluções IPv6. Switches Ethernet e sistemas operacionais também são suportados por IPv6 e IPv4 ao mesmo tempo, provendo translação de ambas tecnologias e oferecendo uma transição estável aos usuários.

A maior visibilidade veio com a plataforma do WindowsVista, que permite suporte tanto para o IPv4 quanto para o IPv6. O Windows XP e Windows Server 2003 foram os primeiros a implementar o IPv6 em sua arquitetura dual-stack, usada como blocos construídos para permitir o IPv6 dentro do Vista. O Mac OSX, da Apple, e o Linux também já vêm com o suporte IPv6, dando um menu mais amplo de opções de softwares para as organizações.

Colocar o IPv6 em ação tem exigido testes em situações ao vivo, como, por exemplo, o projeto Internet2, uma sociedade não lucrativa de instituições acadêmicas, que tem um grupo de trabalho dedicado a otimizar sua transição. O Internet2 atualmente usa o IPv6 com o suporte das instituições educacionais participantes. Distribuir IPv6 pode não ser tão difícil. Requer algum treinamento, mas é altamente utilizável com suporte para os principais protocolos routing (ex: multicast).

O que fazer a seguir? Planeje cedo

Guiar a necessidade pelo IPv6 é desenvolver a nova geração de dispositivos e serviços habilitados pela Internet. As organizações que desejam arquitetar suas redes para entregar um projeto duradouro, sem maiores atualizações mais à frente, devem incorporar os processos RFP para incluir suporte IPv6 em software e hardware, tanto nas switches de núcleo quanto nas da borda. Isso garante total controle da rede e evita futuras "surpresas". Enquanto algumas aplicações comuns de Internet já trabalham com IPv6, outras podem precisar de atualização e customização. A melhor maneira de conduzir uma aplicação IPv4 é substituir as antigas referências IPv4 API pela nova IPv6 APIs, utilizando o mapeamento um por um. Deste modo, a aplicação será apenas IPv6. Embora possa causar inconveniência aos usuários, isso garante transição e experiência estáveis.

Garanta suporte do IPv4 e IPv6

Como já é esperado que o IPv6 substitua gradualmente o IPv4, os dois precisarão coexistir durante a transição. A boa notícia é que redes avançadas podem rodar IPv4 e IPv6 simultaneamente ao longo da migração. Deste modo, as redes podem suportar igualmente funções como Quality of Service (QoS), multicasting e routing. Muitos dos protocolos routing e interworking foram estabelecidos para se adaptarem à transição para IPv6, com mecanismos que fornecem interoperabilidade para adoção gradual da tecnologia. Esses métodos de coexistência incluem dual-stack, tunneling e padrões de translação. Com dual-stack, as redes recebem suporte completo para IPv4 e IPv6 em routers e hosts. Com tunneling, o encapsulamento de IPv6 dentro de IPv4 é usado para atravessar redes IPv4. Finalmente, com a translação, cada protocolo permite que dispositivos IPv6 se comuniquem com dispositivos IPv4.

De qualquer forma, se você decidir adotar ou não o IPv6, é prudente garantir a segurança de sua infra-estrutura, através de recursos como Access Control Lists (ACLs) na rede e um firewall que cubra o transporte de tráfego IPv6. Isto porque ataques similares aos perpetrados sobre o IPv4, como o "Man-in-the-Middle", podem ser realizados usando IPv6. Assim, a rede IPv6 necessita estar em alerta para que os hackers não possam se auto-propagar através de mecanismos maliciosos, via máquinas-clientes capacitadas por IPv6, que poderiam ser implementadas sobre falhas de gateway da rede, passando a grampear o tráfego, alterar ou seqüestrar nomes de usuários, ou ainda capturar chamadas telefônicas de VoIP.

O IPv6 apresenta importantes melhoras à rede, embora essa mudança seja também um desafio. Portanto, profissionais de TI, com qualquer nível de necessidade, devem ter um plano sólido de crescimento, além de todas as informações em sua descrição. Somente assim é possível fazer uma transição estável. No final, a rede com IPv6 continuará a incorporar a agilidade de resposta e capacidade para aplicações e comunicações de missão-crítica.

Para quem quiser saber mais sobre o tema, recomendam-se os sites abaixo, que se referem a organizações internacionais focadas em Ipv6:
http://www.moonv6.org e http://www.ipv6ready.org

Wolfgan Lochner é Gerente de Produtos de Software da Extreme Networks.

IPv6: mudanças na Internet e no seu trabalho...

Novo protocolo vai permitir que milhões de dispositivos se conectem à Internet. Mas como isso afetará os profissionais de rede e suporte?

TI Master
Patricia Azeredo


A Internet se baseia no Internet Protocol (IP), que hoje está na versão 4. Porém, o IPv4 está em uso há mais de 20 anos e tem limitações, sendo a principal delas o número de endereços permitidos - 4 bilhões - que não atende à futura demanda dos dispositivos móveis e do crescente acesso de países como Índia e China. Resultado: vai faltar endereço. E todo dispositivo conectado precisa de um endereço IP.

Para evitar o caos, há 10 anos vem sendo desenvolvida a versão 6 do protocolo IP, conhecida como IPv6 ou IPNG (Next Generation), que permite bilhões de endereços IP a mais. Embora tenha utilização principalmente acadêmica no Brasil, ele já apresenta uso comercial no Japão e nos EUA, em empresas como Cisco e HP. Aqui, a Telefônica oferece serviços IPv6 a seus clientes e a RNP e o NIC.br estão plenamente adaptados ao protocolo.

Se há grandes empresas e instituições de pesquisa utilizando, por que o IPv6 ainda não foi adotado em larga escala? O Gerente de Negócios da empresa de Segurança da Informação Safenet, Paulo Vianna, dá seu palpite.

“Por mais que façamos trabalho de evangelização, enquanto não faltarem endereços IP o V6 não será aplicado. A escassez dos endereços vai forçar a mudança. É preciso estar preparado para quando a demanda surgir – alerta.

Apesar disso o Diretor de Negócios da consultoria Multirede, José Mauro, afirma a obrigatoriedade do novo protocolo e prevê aplicações rodando em IPv6 em curtíssimo espaço de tempo.

Prós e contras

Sendo assim, cabe perguntar quais são as vantagens e desvantagens do IPv6. A vantagem mais óbvia já foi citada: o aumento exponencial do número de endereços IP. Mas ainda há outras, como a escalabilidade e a possibilidade de novos serviços de localização e segurança, baseados na capacidade do V6 de permitir uma conexão permanente - “always-on”.

“Na Internet você vai ter a opção de desligar o equipamento e não ser encontrado. Hoje, quando mando um e-mail há um servidor no qual ficam armazenadas as mensagens. As novas necessidades de comunicação caminham para que você receba o e-mail exatamente na hora em que mandei – explica Mauro.

Já o Pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, Salvador Giaquinto, fala do endereçamento do IPv6 permitindo a construção de tabelas de roteamento mais inteligentes, possibilitando o chamado “renumbering dinâmico”.

“Imagine dois provedores sendo utilizados pelo mesmo cliente. Se o link com um deles cair, automaticamente o outro será escolhido para funcionar. Isso é possível com o IPv6, embora ainda precise de ajustes – ensina.

O Instrutor de cursos Microsoft e Cisco do Instituto Infnet, Pedro Serrado, também citou a eficiência no roteamento e o maior número de endereços IP disponíveis como pontos fortes. Ele também vê desvantagens na implementação, lembrando a imensa base instalada em IPv4 e os prováveis transtornos de migração.

Adaptação necessária

Mesmo que ainda não haja prazo definido, a mudança será feita gradualmente de modo que os dois protocolos coexistam por muito tempo. Portanto, cabe ao profissional de TI estar preparado para enfrentar a situação. O Analista do Centro de Engenharia e Operações da RNP, Marcel Rodrigues, fala das dificuldades iniciais de adaptação ao IPv6, cujos endereços não terão mais o padrão de quatro conjuntos de dígitos em decimal, como 200.255.254.121.

“No início é difícil mas depois que o profissional se habitua tudo corre bem. No V6 a notação é diferente, pois os números aparecem em hexadecimal (sistema de numeração de base 16). Se o DNS reverso estiver implementado, fica mais fácil porque o nome do host é exibido no lugar dos caracteres em hexadecimal” – explica.

Serrado também acha a implementação do IpV6 trabalhosa por exigir o pensamento em hexadecimal, tornando a memorização do endereço IP mais difícil.

Por outro lado, há quem defenda o uso de aplicações para tratar esse endereçamento complexo e calcular os prefixos, como é o caso do Diretor de Serviços e Tecnologia do NIC.br, Frederico Neves. Segundo ele, o profissional com conhecimento básico de rede não terá dificuldades para trabalhar com o IPv6.

Giaquinto concorda. Para ele, quem já tem noção de como funciona o IPv4 vai conseguir se capacitar em V6 sem problemas. Além disso, ele deixa claro que os cursos serão necessários apenas para os administradores de rede, não afetando o suporte ao usuário final. Aliás, a troca ou convivência simultânea de protocolos será transparente para este usuário, que não precisará trocar sua placa de rede ou sistema operacional.

Contudo, a implementação do IPv6 vai gerar mudanças na forma de gerenciar a rede, exigindo monitoramento específico. Pode ser necessário ainda trocar equipamentos como roteadores e switches, pois nem todos suportam o novo protocolo. Existe ainda o gasto com aprendizado e treinamento para a área técnica.

O Diretor Técnico da Internet Security Systems para a América Latina, Marcelo Bezerra, separa as conseqüências do IPv6 em termos de pessoa física e jurídica e não vê muita diferença para quem trabalha com segurança, mesmo com o aumento de dispositivos conectados à Internet.

“Como empresa, é preciso adaptar os seus produtos. Já o profissional precisa estudar. A meu ver nada muda para quem trabalha com segurança, pois os inimigos e desafios continuam os mesmos. Se a empresa estiver bem preparada não vai ser pega de surpresa - analisa.

De acordo com Serrado, o profissional deve procurar documentação na Internet para entender melhor o IPv6. Ele alerta também para a importância de verificar se as aplicações existentes suportam o novo protocolo.

“É preciso testar os programas em relação ao IPv6. Por exemplo, aplicações em Java podem limitar a saída do pacote ou o seu tamanho. Nesse caso, vai ser preciso atualizar o módulo ou toda a aplicação – alerta o Instrutor do Instituto Infnet.

Prevendo a mudança, o programa de cursos da Cisco e da Sun já começou a abordar o IPv6. Para saber mais a respeito do novo protocolo, veja alguns links no blog do TI Master.

fonte: http://www.timaster.com.br/qr.asp?url=1116

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