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terça-feira, 9 de novembro de 2010

MOSTRA DE FILMES GRATUITOS - UBERLÂNDIA (Cineclube Cultura - novembro 2010).....

Cineclube Cultura  -  novembro  2010
Os anos de chumbo
A  Mostra tem como objetivo estampar para o público um recorte do Brasil, durante o Regime Militar – os anos de chumbo – a partir da ótica de alguns  documentários e um debate com personagens que viveram de fato aqueles tempos...”página infeliz  da nossa história”.

Dia 13 - sábado
Jango (Brasil, 1984)
Direção de Sílvio Tendler
O filme narra a trajetória de João Goulart que, deposto pelo golpe militar de 1964, se tornou o único presidente morto no exílio.
Cor e p/b, 117 min.

Dia 14 – domingo
Ato de fé (Brasil, 2004)
Direção de Alexandre Rampazzo
No auge do Regime Militar, um grupo de religiosos rompe as barreiras do convento e assume uma atitude revolucionária, lutando pela volta das liberdades democráticas no Brasil.
Cor, 52 min.

Dia 20 – sábado
Chico Buarque – Vai passar (Brasil, 2005)
Direção de Roberto de Oliveira
O filme aborda o papel do compositor Chico Buarque como cronista das esperanças políticas do seu tempo. No documentário, Chico relembra os momentos difíceis durante o Regime Militar no Brasil, da promulgação do AI-5, do arbítrio, do exílio na Itália, da censura.
Cor, 100 min.

Dia 21 – domingo
Tempo de resistência (Brasil, 2003)
Direção de André Ristum
A partir do depoimento de mais de 30 pessoas diretamente envolvidas na resistência ao Regime Militar e raras imagens de arquivos, Tempo de Resistência revela todo o processo do golpe militar, desde o comício do Presidente João Goulart até o dia da anistia e aborda os reflexos deste período no interior do estado de São Paulo, principalmente em Ribeirão Preto e no interior do Brasil.
Cor, 115 min.

Dia 26 – sexta-feira
Anos  de chumbo – Memórias reveladas
Depoimentos e debate com os professores  Afonso  Celso  Lana  Leite (Curso de Artes Visuais -  UFU)  e  Evandro  Afonso do Nascimento (Instituto de Química - UFU)
Mediação do professor  Alexandre Sá Avelar (Instituto de História -  UFU)


Dia 27 – sábado
Filmes da  Programadora  Brasil
Vala comum (Brasil, 1994)
Direção de João Godoy
A partir de uma vala comum clandestina, encontrada no Cemitério de Perus, em São Paulo, um passado mantido oculto emerge para exumar uma parte da história recente do país.
Cor, 30 min.

Vlado, trinta anos depois (Brasil, 2005)
Direção de João Batista de Andrade
No dia 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher, Clarice. Ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do Regime Militar, para prestar depoimento. Clarice questiona se ele deve se apresentar. Vários amigos estão presos e sabe-se que são torturados. Mas Vlado se recusa a fugir; pondera que é um homem transparente, alheio à clandestinidade. No fim da tarde do mesmo dia, sua família e amigos recebem a terrível notícia: o jornalista está morto e, segundo fonte oficial, suicidou-se na prisão. O filme revela a trajetória de Herzog, desde a infância na Iugoslávia até sua posse como diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo. A reação de Clarice, dos amigos e da sociedade, recusando a farsa montada para justificar a morte do jornalista, tornou o fato um marco na luta pela redemocratização do país.
Cor, 86 min.


Dia 28 – domingo
Cidadão Boilesen (Brasil, 2009)
Direção de Chaim Litewski
Um capítulo sempre subterrâneo dos anos de chumbo no Brasil, o financiamento da repressão violenta à luta armada por grandes empresários, ganha contornos mais precisos neste perfil daquele que foi considerado o mais notório deles. As ligações de Henning Albert Boilesen (1916-1971), presidente do grupo Ultra, com a ditadura militar, sua participação na criação da temível Oban – Operação Bandeirantes – e acusações de que assistiria voluntariamente a sessões de tortura emergem de diversos depoimentos de personagens daquela época.
Cor, 92 min.

Horário das exibições e debate: 20 horas

Local: Oficina Cultural de Uberlândia - Sala Roberto Rezende
Pça. Clarimundo Carneiro, 204 - Bairro Fundinho
Entrada Franca



Cineclube Cultura é um projeto de caráter cultural, sem fins lucrativos.



Sobre Afonso Lana  e Evandro Afonso do Nascimento – convidados do debate do dia 26 de novembro

Afonso Lana
Afonso Celso  Lana  Leite nasceu na cidade de Rio Casca, Minas Gerais, em 07 de outubro de 1944. De 1967 a 1969, estudou veterinária na Escola de Veterinária da UFMG, em Belo Horizonte.  Membro do Diretório Acadêmico da Escola de Veterinária, foi preso duas vezes durante manifestações estudantis. Participou do grupo político, denominado “Colina”, tendo participado da resistência armada ao Regime Militar, integrando ações no estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em 1969, foi preso e levado para Delegacia do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em Belo Horizonte, onde foi submetido a  sessões de tortura. Posteriormente foi  transferido para o quartel da Polícia do Exército, na Vila Militar do Rio de  Janeiro, onde permaneceu por quatro meses, tendo neste período, sofrido  vários tipos de tortura. No final de 1969, foi transferido para o Presídio de Linhares, onde permaneceu por dois anos. Em janeiro de 1971, junto com setenta presos políticos, foi trocado pelo embaixador suíço, que havia sido sequestrado por um grupo revolucionário, comandado por Carlos Lamarca. Entre 1971 e 1973, viveu  no  Chile, durante o governo de Salvador Allende, onde estudou artes plásticas na Escuela de Bellas Artes , em Santiago. Com o golpe militar, em 11 de setembro de 1973, refugiou-se  na República Democrática Alemã, vivendo  na cidade de Dresden, de 1973 a 1981, onde trabalhou na fábrica Pentakon .  Neste período, estudou artes plásticas na Hochschule für bildende Künste.
Em 1981, retornou ao Brasil, beneficiado pela anistia. Desde 1982 é docente do Departamento
De Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia, tendo concluído mestrado em Teoria Literária.

Evandro
Evandro Afonso do Nascimento nasceu em Divinópolis,  Minas Gerais,  em 1948. Ingressou no Curso de Engenharia Química da UFMG, em 1968. Participou do movimento estudantil – foi presidente do Diretório Central dos Estudantes – e de  organizações de luta armada. Perseguido  pelo Regime  Militar, foi obrigado a sair do país,  refugiando-se no Chile, em julho de 1970. Concluiu os estudos de Engenharia Química em 1972 e casou-se com  Nízia Maria Alvarenga. Depois de formado foi contratado pela antiga Universidad Técnica del Estado, atual Universidad  de Santiago de Chile.  Após o golpe militar, em 11 de setembro de 1973, ficou duas semanas à disposição da  Resistência Chilena, antes de refugiar-se na  Embaixada do Panamá. Depois de cinco meses de exílio no Panamá, foi para  a República Democrática Alemã, onde, como ele mesmo diz,  conheceu os lados positivos e negativos do  socialismo real.  Após ter interrompido o doutorado, foi para Portugal em 1976 e em seguida para  a Costa Rica, onde trabalhou  em uma indústria americana do setor de alimentos e em seguida, na Universidad  Autónoma  de  Heredia , como  professor  visitante. Retornou ao Brasil em abril de 1979, beneficiado pela anistia. Em agosto deste mesmo ano, foi contratado pela Universidade Federal de Uberlândia. Em 1984, reiniciou o doutorado no Departamento de Química da UFMG. Foi pesquisador  do CNPq e consultor da FAPESP, FAPEMIG e de várias revistas científicas. Possui  dezenas  de artigos publicados em revistas  científicas do Brasil e do exterior. Em 2000, ganhou o prêmio de Honra ao Mérito Científico do Conselho Regional de Química – 2ª Região e de Sociedades  de Química de Minas Gerais. Foi membro  da Câmara de Ciência  e Tecnologia  do Estado de Minas Gerais, em 2001 e 2002. Aposentou-se como professor titular  e continua  trabalhando  no  Instituto  de Química da UFU, como professor  voluntário. Evandro  tem duas  filhas, Mariana  e  Manuela e é avô de Lucas e Victor.

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