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quarta-feira, 3 de novembro de 2010
DIANE ARBUS - prostitutas, nudistas, homossexuais, deficientes, extrangeiros...
Poucos fotógrafos da era moderna compuseram uma arte fotográfica tão realista e, de certo modo, tão ousada como a americana Diane Arbus. A fotógrafa iniciou suas primeiras experiências ao se casar aos 18 anos com o fotógrafo de moda Allan Arbus. A partir, então, do contato com a câmera, Diane passaria a revolucionar essa arte tanto na técnica como na abordagem e no conceito artístico. Isto é, a fotografia de Diane Arbus trouxe algo muito novo para a época e o fez de forma muita astuta, pois ela coloca-nos a frente das anomalias diversas do homem, não só aquelas anomalias visíveis que marcam a estética e aparência física, mas, também, aquelas que consideramos como tal pelo simples fato de ser estranho, diferente e anti-moral.
É até fácil entender porque Diane tomou esse rumo: lendo a sua biografia vemos que ela criou um paradoxo com sua vida real e seu dia-a-dia, já que, além de viver na alta burguesia, ela trabalhava com seu esposo no glamouroso e estilistico universo da moda. Assim, sua biografia dá-nos a entender que a sua saída para amenizar o tédio, a indiferênça e a revolta que sentia por aquele mundo fantasioso, foi, justamente, retratar o outro lado da "face americana", fazendo frente àqueles conceitos americanos de sociedade perfeita, sonho americano e outros que evidenciavam a felicidade do homem capitalista e escondia a tristeza dos segregados. Aliás, oque Diane Arbus nos mostra é, de certo modo, um apanhado geral da segregação americana em relação aos outros "tipos" de pessoas que, naturalmente, eram e ainda são excluídos da sociedade por serem diferentes na raça, no aspecto físico e nas crenças, criando assim suas próprias comunidades e "tribos".
No campo da técnica Diane Arbus revolucionou a fotografia com o tratamento especial que dava ao fotografado, experimentando usar o flash durante o dia na intenção de separar e destacar a figura principal do fundo da fotografia, ou seja, dando ênfase e importância à figura principal e desconectanto-o das outras coisas do mundo real na intenção de que nossa atenção esteja fixa apenas no fotografado e em nada mais além dele: percebemos essa intenção não só pelo fundo quase sempre escuro e morto, mas pelo olhar das pessoas fotografadas que sempre estão fixos para a camera, sempre estão fixos para nós, o que coloca-nos de frente com essas pessoas numa interação quase real, onde a vergonha, o estranhamento e a compaixão que sentimos são nada mais nada menos do que características da nossa cumplicidade e culpa para com esse mundo de excluídos. Assim, pode-se dizer que o maior propósito da fotografia de Diane Arbus não foi a arte fotográfica em sí, mas, sobretudo, o maior propósito da sua fotografia foi e sempre será mostrar a cumplicidade das pessoas frente aos excluídos e suas diferênças.
Diane Arbus iniciou sua carreira como fotógrafa de moda e documental, e chegou a trabalhar para alguns jornais e revistas importantes como Esquire, The New York Times Magazine, Harper`s Bazaar e Sunday Times, entre outros. Sua ascensão deu-se entre o final da década de 50 e início da década de 70 quando passa a mostrar esse seu estilo próprio com essa abordagem inédita: apartir de duas bolsas Guggenheim, em 1963 e em 1966, Diane fez grandes exposições de suas fotografias e chegando a expor no prestigiado Museum of Modern Art (MoMA), em New York. Em 1971, Diane se suicida ingerindo barbitúricos e cortandos os pulsos, deixando uma obra de grande respeito: em 1972 o curador John Szarkowsk lança um book com suas fotografias que já vendeu mais de cem mil cópias e, no mesmo ano, Diane Arbus é a primera fotografa americana escolhida para a Bienal de Veneza.
FONTE: http://farofamoderna.blogspot.com/2008/10/diana-arbus-prostitutas-nudistas.html
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